A (des)valorização das costureiras no Brasil 🪡

As costureiras estão desaparecendo? 👀

Minha avó tinha duas certezas na vida: uma era que a televisão estragava a vista, a outra era que toda mulher precisava de uma boa costureira! Você com certeza deve ter lembrança de ir com a sua mãe ou avó naquela costureira de confiança do seu bairro. Toda roupa de casamento, festa de aniversário, até uniforme da escola, passava pela tesoura dela. 🪡 

Mas onde foi parar essa mulher? 🤔 Hoje, muitas dessas costureiras de vizinhança estão “desaparecendo”. Deixa eu explicar melhor: tem uma geração de costureiras envelhecendo, e outra que não chega pra ocupar o espaço. Por trás disso, uma dura realidade: a desvalorização dessa profissão afetará toda indústria da moda.

Fonte: MakeAGif

Estamos ficando sem costureiras?

Pode parecer exagero, mas as costureiras de bairro parecem estar sumindo. O Brasil tem cerca de 9,3 milhões de profissionais na área de costura, considerando empregos diretos e indiretos. Mas as costureiras que faziam roupas sob medida, ajustes e consertos para nós, estão cada vez mais raras em muitas regiões. Elas estão envelhecendo e consequentemente se aposentando. Mesmo com cursos aparecendo e algumas novas costureiras surgindo, ainda falta quem queira herdar esse ofício!

Uma das causas disso, é a desvalorização da profissional de costura. São raras as jovens que entram nesse ofício. Em muitos casos, elas preferem estudar moda ou buscar outras profissões que ofereçam salário garantido! E é fácil entender o motivo: o trabalho pode ser repetitivo, solitário e principalmente mal remunerado.

@dudafreibergerr

#designdemoda #confeccaopropria #costureiras

O mercado de trabalho

Dados recentes mostram que 62% das costureiras autônomas ganham menos que um salário‑mínimo (R$ 1.412 considerando o salário da época). Mesmo com regime CLT, os salários médios vão de R$ 1.200 a R$ 2.100 por mês, variando por região e especialização. Muitas trabalham por peça, com jornadas de 10 a 15 horas por dia, e relatam dores crônicas sobretudo na coluna e articulações.

Fonte | Reprodução: Relatos de profissionais em comentários de vídeos que abordam o assunto no TikTok

Além da baixa remuneração, o vínculo trabalhista costuma ser frágil! Muitas profissionais atuam como autônomas, sem garantia de direitos como férias ou licença. A informalidade é comum, e isso pode impactar diretamente na segurança e estabilidade dessas trabalhadoras. Mesmo inseridas em cadeias produtivas maiores, nem sempre existe clareza sobre quem contrata, quem paga ou quem define prazos.

Facção de Costura x Autônoma 

✂️ Outra distinção importante que a gente precisa entender é entre facções de costura e a costura autônoma. A costureira autônoma é aquela que atende na própria casa ou num ateliê pequeno, recebe cliente direto, negocia o preço e costura de tudo um pouco: da barra da calça ao vestido de festa.

✂️ Já a facção é quase um mini-factory: ela recebe montes de peças ou fardos para costurar repetidamente, dentro de prazos apertados, quase como uma cadeia de produção terceirizada. Na facção, a pessoa quase não decide o ritmo, ela produz por peça e depende dos intermediários que repassam os tecidos, sem autonomia real e com pagamento por volume.

Movimento Fashion Revolution - Quem faz suas roupas?

Fonte: Vogue

E já que a gente tá falando desse assunto, não podemos deixar de citar o Fashion Revolution, movimento global que surgiu após o desabamento do edifício Rana Plaza em Bangladesh, em 2013. A construção de oito andares desabou, matando mais de 1000 trabalhadores, muitos deles sendo costureiras que produziam peças pra grandes marcas internacionais, em condições inseguras, sem saídas de emergência e em construções irregulares.

Fonte | Reprodução: Carta Capital

Foi justamente através desse manifesto que surgiu a pergunta que virou lema do movimento: “Quem fez minhas roupas?”. O objetivo é fazer a gente refletir sobre quem corta, quem costura, quem termina aquela peça que a gente já compra pronta na loja. Essa pergunta incomoda porque quase nunca temos a resposta. Quando não sabemos quem costura, não sabemos quanto essa pessoa ganha, sob quais condições trabalha, quanto tempo leva pra fazer uma peça… E sem essa compreensão, é fácil reduzir tudo a preço barato invisibilizando a costureira. Fazer essa conexão é um grande passo para valorizar essa profissional.

Como costurar mudança: Passos para preservar essa tradição

🧵 Pague o que é justo

Ajuste não é favor, é serviço. E serviço tem valor! Se a gente aceita pagar caro numa blusa, por que hesita na hora de pagar um ajuste com quem realmente bota a mão na peça e entrega o que a gente precisa?

🧵 Divulgue o trabalho dessas profissionais

Indique, marque, recomende. Costureira boa se sustenta também no boca a boca! E hoje a gente sabe que um story no instagram pode fazer toda a diferença.

🧵 Repense o consumo

Ao invés de descartar roupas que “não servem” mais, pense em como elas podem ser adaptadas, transformadas ou reparadas. Além de gerar trabalho, reduz o descarte.

🧵 Apoie o ensino a costura

Cursos gratuitos, oficinas, feiras criativas: se você souber de iniciativas que promovem a costura como ofício, compartilhe. Incentivar o aprendizado é garantir que essa arte continue existindo nas próximas gerações.

Cena do documentário “Estou me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar”

ZELIA INDICA: Documentário “Estou Me Guardando para Quando o Carnaval Chegar” - Retrata a cidade de Toritama em Pernambuco, conhecida como capital nacional do jeans. Mais de 20 milhões de peças são produzidas a cada ano em pequenas fábricas familiares. A comunidade trabalha o ano todo sem pausa, exceto durante o Carnaval, quando vendem tudo, “param as máquinas” e vão aproveitar um breve descanso na praia. O documentário explora as contradições do capitalismo e questiona a ideia de “autonomia” dos trabalhadores.

Disponível no YouTube

Toc, Toc! Tem alguém ai? 🚪👀 

Hello, Bella 💗 Conta pra gente, quais são as 3 coisas que estão alugando um TRIPLEX na sua cabeça nos últimos tempos?

estou presentes a fazer 19 anos de idade, gosto de assistir filmes de terror e eu vejo a moda como uma possibilidade das pessoas refletirem suas personalidades de uma forma mais indireta mas ao mesmo tempo criativa. 💫 

Os seus highlights preferidos do mundinho fashion desta semana! ✨ No botão abaixo, você confere todas as notícias. 💖💊

FÁTIMA ACIOLI NA CAPA DA REVISTA GLAMOUR

Não sabendo que era impossível ela foi lá e fez! 😘 A nossa vilã preferida, Fátima Acioli apareceu belíssima na capa da revista Glamour. Para quem não acompanha a novela Vale Tudo, essa capa faz parte de uma série de estratégias da Rede Globo para trazer a novela o mais próximo da vida real o possível. A gente AMA esse mix entre realidade e ficção!!!

JEAN PAUL GAULTIER X CROCS

Foi anunciada essa semana a uma collab entre Crocs e Jean Paul Gaultier, trazendo uma releitura ousada dos tradicionais modelos Classic Clog e Bae Clog. A coleção apresenta designs inspirados no corset e no icônico sutiã cone de Gaultier, incorporando detalhes como o famoso alfinete de segurança e estampas reconhecíveis. Os modelos estarão disponíveis em três variações de cores: preto e branco, rosa claro e totalmente preto. A previsão é que a coleção seja lançada globalmente em agosto de 2025, com disponibilidade no site oficial da Crocs, JeanPaulGaultier.com e em revendedores selecionados.

Tá precisando de ajuda com um look/ocasião?#Meajudazelia

É só mandar um e-mail para [email protected] com seu nome, idade, data e hora (se aplicável) e a ocasião que você precisa de um look que a gente te ajuda com o resto!

Até semana que vem! 💚

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