A moda é feia?

Vamos falar sobre como o conceito de "ugly fashion" tem transformado a moda.

A moda é feia. Como Miuccia Prada disse: “O feio é atraente, o feio é excitante. Talvez porque seja novo”. Sei que isso pode soar meio maluco, porque moda não é sobre ficar bonita? Depende do que beleza significa para você.🤔

Para começar essa news, vamos combinar uma coisa: esqueça a ideia de “feio” ligada apenas à aparência, como se fosse uma coisa ruim. Aqui, estamos falando de MODA. Afinal, cada um é lindo do seu jeito.💖

💭Ugly fashion💭 Pense em sobrancelhas descoloridas, make pós-balada, tabbi shoes, estampas misturadas… Se a primeira reação foi estranheza, é porque essas tendências abraçaram o “feio”. Mas o que é o feio na moda? Simples: algo que desafia o convencional, algo ousado, excêntrico e, como Miuccia disse, algo novo.

Desfile de 1996 da Prada, 'Banal Eccentricity' | Fonte: Gshow

Vamos entender o ugly fashion na prática: um dos assuntos mais comentados do Grammy foram os cabelos de Lady Gaga e Miley Cyrus, que chegaram ao tapete vermelho com o corte “Hime cut”. O estilo gerou diversos comentários negativos da mídia. E o motivo? Ele é super diferente, ousado e exige muita atitude para ser usado.💁‍♀️

O corte é um estilo tradicional japonês com duas franjas: uma na altura do queixo e outra mais curta, criando uma moldura para o rosto. É um exemplo perfeito de como o diferente do padrão causa estranheza

Lady Gaga e Miley Cyrus para o Grammy 2025 | Fonte: Marie Clarie

O lado mais divertido da moda é desafiar padrões. Nunca se esqueça: o que era “brega” ontem pode ser super cool amanhã. E é exatamente isso que o ugly fashion, ou “anti-estilo” faz, transforma algo incomum em um item desejado, muitas vezes chegando até às passarelas.

E precisamos te contar uma coisa: se você acha que esse movimento surgiu com it girls como Gabbriette e Bella Hadid, nananinanão! A história do ugly fashion é longa e, acredite, é uma das poucas tendências que estão sempre em alta. Então coloca seu look de historiadora, porque vamos entrar na nossa cápsula do tempo para entender o lado “feio” da moda.

MOVIMENTO HIPPIE

Começando com o movimento hippie, que desafiou as normas nos 🌈anos 70🌈 ao adotar uma estética que valorizava o natural, o artesanal e o improvisado. Em contraste com a elegância da década anterior, os hippies escolheram um conceito de beleza que se distanciava da perfeição e abraçava a liberdade de expressão.

Tecidos naturais, franjas, patchwork e peças oversized eram marcas registradas desse estilo, que rejeitava o consumismo e exaltava o conforto. O visual “desarrumado” e desapegado tornou-se símbolo de uma geração que buscava romper com as convenções da sociedade, um espírito de rebeldia que continuaria a influenciar a moda por muitos anos. Quem aí nunca teve curiosidade para saber como foi o Woodstock?💃

Fonte: Pinterest

O que um dia foi visto como desleixo, hoje é referência de estilo. O Boho chic, uma das maiores tendências atuais, tem suas raízes no movimento hippie!

Fonte: Pinterest

MOVIMENTO PUNK

Um dos maiores movimentos dos anos 80 foi o 🪩punk🪩 que usou a moda como uma forma de protesto. Em resposta à crise econômica, aos governos conservadores e à sensação de falta de futuro, os punks transformaram o “feio” em resistência. O estilo era agressivo, desafiador e totalmente contra os padrões convencionais: roupas rasgadas e remendadas, jaquetas de couro surradas, tachas, correntes e cabelos coloridos eram uma afronta direta ao consumismo e à moda tradicional, representando, assim, o conceito de ugly fashion em sua essência.

Fonte: Pinterest

O movimento ganhou força em Londres, com Vivienne Westwood e Malcolm McLaren, donos da loja SEX, que vestiram os Sex Pistols e ajudaram a consolidar a estética punk.🦹‍♀️

Vivienne Westwood em Londres | Fonte: Pinterest

O GRUNGE

🤟 'Come as you are, as you were' 🤟. Um movimento que teve Kurt Cobain, vocalista do Nirvana, como rosto dessa estética anti moda, o grunge surgiu para ir contra a moda fashionista dos anos 90. Inspirado pela cena musical de Seattle, o estilo era despreocupado, com camisas de flanela, jeans rasgados e sobreposições.

Se você assistiu ao documentário “n Vogue: 90s”, sabe que essa estética foi um verdadeiro pesadelo para Anna Wintour, que resistia à ideia de uma moda propositalmente “feia”. Mas o movimento cresceu tanto que, mesmo a Vogue — o maior veículo de comunicação da época, que realmente ditava a moda — teve que se render, com um dos ensaios mais icônicos na edição de dezembro de 1992, com Naomi Campbell e Kristen McMenamy representando o espírito grunge.

Naomi Campbell e Kristen McMenamy fotografadas por Steven Meisel, Vogue, dezembro de 1992 | Fonte: Vogue

Ainda no universo fashion, Kate Moss foi a grande representante desse visual. Sua beleza despretensiosa chamou a atenção da Calvin Klein, garantindo a ela uma campanha ao lado de Mark Wahlberg e consolidando o grunge no mainstream.📺

Aqui, podemos notar que um movimento em que as pessoas visualmente fugiam da moda padrão não só moldou uma sociedade, mas também lançou vários nomes.

Kate Moss e Mark Wahlberg para Calvin Klein em 1992

LADY GAGA

“Gaga, oh la-la” 👌. Muitas divas pop usaram e ainda usam a estética “ugly” como ferramenta para se destacar, mas eu não poderia citar os anos 2010 sem dar o devido destaque à nossa little monster, Lady Gaga, porque ninguém fez isso tão bem quanto ela.

A vida de Stefani, uma cantora de bares em Nova York, estava prestes a mudar após assinar um contrato com uma gravadora e lançar o álbum “The Fame”. Stefani chegou para o mundo como Lady Gaga, e a voz perfeita ela já tinha, mas faltava algo a mais... um estilo para se expressar.🎙️

E com vestidos icônicos, como o de carne, looks futuristas ou maquiagens exageradas, Gaga transformou o ugly fashion em espetáculo. Sua moda não era apenas para ser vista, mas para ser sentida. Ela brincava com a estranheza, fazendo o público se conectar com sua arte e, principalmente, com ela.

Fonte: Pinterest

O movimento que ela criou foi além da estética. Gaga provou que o “feio” pode ser magnético, revolucionário e, acima de tudo, inesquecível. Ela inspirou uma geração a se libertar das expectativas da moda imposta pela sociedade e assumir quem realmente quer ser, não apenas no estilo, mas em tudo.

Fonte: Pinterest

IT GIRLS

Chegando nos dias atuais, vemos que o ugly fashion continua em alta, agora representado pelas it girls. E acredite, todas elas têm um padrão: chocar! 🤯

Você provavelmente já viu um look da Bella Hadid e pensou “o que se passa na cabeça dela?”, mas, meses depois, estava usando algo parecido. E isso é ser uma 💋it girl💋 não estão preocupadas com o que é convencional ou aceito pela sociedade, elas buscam o novo, o autêntico e, acima de tudo, querem se destacar da mesmice que domina o universo fashion.

Fonte: Pinterest

Essas divas podem surgir da moda, música, cinema ou das redes sociais, mas uma coisa é certa: as it girls fazem parte da cultura atual e continuam a nos inspirar com suas referências, estilos ousados e posicionamentos pessoais. Elas são o reflexo de uma geração que se liberta das normas e se expressa de forma autêntica e revolucionária, mantendo o espírito de rebeldia que marcou os movimentos anteriores.

Então, vamos dar destaque para 3 it girls que representam o ugly fashion?

  • Gabbriette

Modelo, cantora e ícone de estilo, Gabbriette é uma das maiores it girls do momento. Com sua estética gótica-minimalista, ela chama a atenção com sobrancelhas finas e descoloridas, makes borradas e um toque vintage único. Musa da era 'brat' do álbum de sua amiga Charli XCX, Gabbriette conseguiu criar um estilo super magnético.💚

  • Chappell Roan 

Nossa midwest princess, Chappell Roan se destaca por seu estilo dramático e ousado, inspirado pela arte drag e pela cultura pop. Seus figurinos extravagantes e maquiagens teatrais fazem parte de sua persona de palco única. Com uma estética cheia de ironia, ela nunca deixa de surpreender, mantendo o público curioso sobre o que vai vestir a seguir.

  • Cynthia Erivo

Impossível você não ter sido impactado por um look da Cynthia nas premieres de Wicked. Ela conseguiu transmitir sua personagem para a moda de um jeito que nunca vimos. Nossa diva é fã número 1 de um maximalismo, começando pelas suas unhas GIGANTES. Ela ama um bom mix de cores, texturas e acessórios… Com certeza ela merece o selo de it girl!🧙‍♀️

Esse assunto alugou um triplex tão grande na cabeça da nossa equipe que resolvemos conversar com algumas zeliers sobre o que elas pensam sobre ugly fashion.

Uma coisa que eu sempre me pego refletindo é sobre esses vídeos que as pessoas param as outras na rua para perguntar um item de moda que as outras acham brega. Não sei.. mas isso é tão relativo né? O que pode ser bonito para mim, pode não ser para outra pessoa e vice-versa. Até porque acho que tudo depende do contexto - já tiveram itens que eu achei que não usaria de jeito nenhum, mas aí vendo uma pessoa usando aquilo em um contexto, com uma composição diferente parece que acendeu uma luz na minha cabeça e passei a gostar desses itens.

O que eu mais amo na moda é que ela é uma expressão da individualidade de cada um e taxar as coisas tão binariamente entre ‘brega’ e ‘na moda’ é uma forma de tolir essa expressão, ou de dizer que quem pensa diferente vale menos. As pessoas tem direito de amar e achar o belo o que elas quiserem!

zelier sobre a relação entre o brega e o fashion (identidade preservada para fins desta matéria)

👀Para encerrar, é claro que precisávamos deixar um questionamento para vocês pensarem durante o final de semana:👀 Se o padrão é ser fora do padrão, isso ainda pode ser considerado fora do padrão?

Basta lembrar das sobrancelhas descoloridas, que de tão radicais viraram tendência. No fim, a linha entre o ‘feio’ e o ‘fashion’ é mais tênue do que imaginamos, e é justamente nesse ponto que a moda se reinventa, sempre nos surpreendendo.

Toc, Toc! Tem alguém aí? 🚪👋

Hello, Carlota! 💫 Conta pra gente, quais são as 3 coisas que estão alugando um TRIPLEX na sua cabeça nos últimos tempos?

Sou Carlota, mineirinha, apaixonada por galos e galinhas - e não atoa meus amigos me apelidaram de galinha caipira. Sou publicitária, criadora de conteúdo e Carlúdica nas horas vagas - estudo sobre astrologia desde 2020 e sou a louca das velas, ervas e cartinhas de tarô. Tenho “pão de queijo” tatuado no braço e sou intolerante a lactose. Tô construindo uma marca “Minas Gerais Pisa Demais” onde eu vendo bonés e cangas de quiabo e flor de ora-pro-nóbis. Ativista de boteco a favor da moda sustentável, meu guarda-roupa é 99% de brechó ou de peças de upcycling. Moro no interior de Minas, mas vivo viajando por aí com a minha cabeça pensante e meu computador. 🐔 💗 

Os seus highlights preferidos do mundinho fashion desta semana! ✨ Clicando no botão abaixo, você confere todas as notícias. 💖 💊

Sabato de Sarno sai da Gucci

Sim, vamos pra mais um episódio da dança das cadeiras no mundinho fashion! 🪑 Dessa vez, a notícia é a saída de Sabato de Sarno da Gucci, após 2 anos como diretor criativo da marca. Inclusive, o desfile que abre a semana de moda de Milão no próximo dia 25, será por conta do time de design da Gucci, e já não mais por Sarno. A pergunta que não quer calar: o que será que vem por aí? 👀 

Dress code do Met Gala 2025

Um dos eventos mais aguardados pelos apaixonados por moda está cada vez mais perto de acontecer, salva aí na agenda: dia 5 de maio é a data do Met Gala 2025! E já temos oficialmente o tema do dress code: “Superfine: Tailoring Black Style”. O estilo dos trajes deverá seguir o tema "Tailored for You", algo como "Feito Sob Medida para você". A exposição de moda do Metropolitan Museum of Art, em Nova York, vai apresentar uma exposição de moda que celebra o dândi negro, mostrando a sua influência no estilo e na identidade negra ao longo da história. Estamos ansiosas pra acompanhar tudo! 🤌✨ 

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Até semana que vem! 💚

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