As rimas das minas!

Como o rap feminino virou o centro dos charts e da cultura pop 🎤✨

Toda sexta-feira, nossa equipe convida uma pessoa pra contar o que alugou um triplex na mente dela ✨🏠️ Mas a news dessa semana começa um pouco diferente: o que anda alugando um triplex na mente do Team Zelia é o line-up do The Town!

Entre shows como Katy Perry, Mariah Carey e Backstreet Boys que são o clássico pop - que a gente AMA - a edição desse ano também tem um dia especial dedicado ao rap, trap e hip-hop! Entre os nomes que se apresentam no dia 06 de setembro, a eterna Lauryn Hill comanda o palco The One, que também vai receber outras rappers de peso no Brasil como Ebony e Ajuliacosta.

Se antes o rap era visto como um cenário dominado por homens, hoje em dia as rappers femininas se tornaram quase como as divas pop do gênero! Elas movem fãs, criam tendências, ditam estética e trazem para as rimas e versos de resistência do rap um toque especial sobre a experiência feminina! 🎤 Na edição de hoje, o mic é todo delas…

Reprodução: Pinterest

 

Nos anos 80, o hip-hop se tornou parte da cultura mainstream. Ele estava no charts, nas TVs, nas rádios e nos pôsteres dos quartos de milhares de adolescentes. Mas, como quase todo ramo musical, os homens dominavam o cenário e o reconhecimento.

Nos anos anteriores, grupos femininos de rap abriam lentamente o espaço pra que, em 1989, rappers como Monie Love e Queen Latifah - sim, a mesma Queen Latifah que fez os melhores filmes da Sessão da Tarde provando que ela é multitalentos - abraçassem o empoderamento feminino em suas letras. A dupla fez história com o single “Ladies First” que celebrava as mulheres da indústria!

Reprodução: Spotify

Nos anos 90, o rap feminino começa a explorar essa liberdade de outra forma. O empoderamento do corpo feminino começa a ser visto por meio de mulheres que abraçavam a sua sexualidade - uma característica que domina os versos femininos até hoje! Umas das pioneiras desse quesito foram o grupo Salt-N-Pepa, que você provavelmente conhece pela música “Push It”. Elas foram o primeiro grupo de rap feminino a vender mais de um milhão de álbuns, e o estilo delas revolucionaria a indústria pra sempre.

Por outro lado, se antes a indústria do hip-hop focava exclusivamente nas habilidades das mulheres enquanto MCs, a ““divapopzação”” das rappers trouxe pro gênero uma necessidade da construção de estéticas e personas que vendessem discos e tivessem apelo pro público - que se tornava cada vez mais mainstream! Muito além de só compor e apresentar letras e rimas, elas passaram a entender a importância do performar, produzir e trazer/se tornar referência…

E é aqui que entramos no motivo do nosso surto: Lauryn Hill! Em 1998, a até então membro do grupo The Fugees revolucionou a música com o anúncio da sua carreira solo e o álbum ICÔNICO “The Miseducation of Lauryn Hill, que foi eleito pela Apple Music como o melhor álbum já gravado na história 💽🌟 Trazendo um atmosfera intimista e explorando vários gêneros como o r&b e o soul. O resultado? Ela ganhou 5 Grammy’s naquele ano, incluindo o tão cobiçado AOTY - tornando a Lauryn a primeira mulher a ganhar 5 prêmios na mesma noite e o “The Miseducation of Lauryn Hill” o primeiro álbum de hip-hop a ganhar a categoria!

A definição de ícone! / Reprodução: Pinterest

E é claro que a gente não pode deixar de falar DELA! Nos anos 2000, ninguém era páreo pra Nicki Minaj e sua onda cor de rosa 🎀 Em 2010, a Nicki debuta com o “Pink Friday” e já domina tudo com o single “Super Bass” - que a gente sabe que você já passou horas tentando decorar! Ousada, sem papas na língua e sem medo de se aventurar entre o rap e o pop. A Nicki quebrou barreiras até se tornar uma das artistas femininas com o maior número de vendas da história, com mais 100 milhões de álbuns vendidos.

@nicolebatlak

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A partir daí, era oficial: as rappers femininas dos EUA já eram sua própria espécie de diva pop. Com letras provocantes, roupas e maquiagens que mostram o melhor da black excellence e feitos lendários. Nomes como a Cardi B (que foi a primeira mulher a ganhar o Grammy de Melhor Álbum de Rap), Doja Cat, Megan Thee Stallion, SZA e Doechii dispensam apresentações: elas estão nas nossas playlist, trends do TikTok e indiretas que postamos nos storys do Insta!

No Brasil, o rap feminino parece seguir o mesmo ciclo: se no início dos anos 80 nomes como Negra Li e Sharylaine foram pioneiras no cenário nacional, atualmente, nomes como Duquesa e o duo Tasha & Tracie mostram que as rappers, compositoras e cantoras são sim capazes de conquistar todos os espaços - inclusive os palcos do The Town!

E se você gostou da news até aqui, a gente PRECISA te recomendar o documentário da ABC “The Real Queens of Hip-Hop - The Women Who Changed The Game”, disponível na Disney+ 📺️ 

RAP FEMININO: UMA TREND TOO WATCH?

A esse ponto, já dá pra entender que o rap feminino é uma potência. Mas será que ele é realmente uma trend no Brasil?

Como ✨hot girls love dados e estatísticas✨, nós tentamos procurar as respostas no números: Uma pesquisa de 2022 da Revista Observatório do Itaú Cultural levantou que apenas 8% do rap brasileiro é protagonizado por mulheres, e ao mesmo, segundo o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), elas recebem apenas 10% do total arrecadado pelo setor. Por outro lado, segundo dados do Spotify, as rappers brasileiras representam cerca de 81% do tempo ouvido no aplicativo e acumulam milhares de ouvintes mensais.

Mas - como boas fashionistas 💅 - a gente sabe que as trends vão muito além dos dados. Elas estão nas ruas, nos shows e na história. Afim de entender mais sobre a cena do rap feminino no Brasil, nossa equipe conversou com a pesquisadora e comunicadora Nerie Bento e com a stylist e fashion consultant Gabi Rocha:

Zelia Team: Como você, enquanto pesquisadora, vê a popularização da cena do rap feminino no Brasil? Você acha que vem ganhando força mesmo? Se sim, por quais fatores?

Nerie Bento: Vejo com bons olhos porque foi feito um trabalho para que isso acontecesse. Para que mais mulheres, seja cis, trans ou travestis, surgissem na cena, assumissem sua própria narrativa, ganhassem visibilidade e, principalmente, pudessem viver da sua arte. Mas é importante reconhecer que o fato de ter popularizado o trabalho das mulheres no rap e, nesta nova geração, ver que tem mais delas se destacando, não podemos de perder de vista a luta pela equidade que ainda precisa ser feita. Não é só sobre ganhar força simbólica, mas sobre garantir direitos e que o maior número delas possam ter estrutura para colocar seu trabalho na rua.

ZT: Qual você acha que é o principal fator que destaca e diferencia o rap feito por mulheres do rap masculino, em termos de discurso, estilo, estética, etc?

NB: O rap feito por mulheres se destaca, antes de tudo, pela perspectiva. Quando uma mulher rima, especialmente uma mulher negra e periférica, ela trás um histórico de silenciamento. Mesmo quando esta artista está falando da sua sexualidade ou dinheiro. Não importa! A diferença é a leitura e a experiência de mundo delas. Mas para além da dor, artistas mulheres costumam ser mais responsáveis no seu papel de rapper, tanto na imagem, quanto nas relações de trabalho. Isto só não é tão evidente por conta do machismo.

ZT: Você acha que a gente pode afirmar que o rap feminino é ou vai ser uma tendência da cultura pop?

NB: Acho que é cedo fazer qualquer tipo de afirmação, pensando na linha histórica do rap feminino no Brasil. Os principais nomes da nova geração estouram a partir da pandemia, então não consigo definir um cenário ainda. Mas o que posso dizer é que tem tudo para isto, já que o trabalho delas estão constantemente flertando com a cultura pop. Desde de Negra Li à Karol Conká, isso já acontecia. Mas fixar como uma cultura pop, não sei. Acho que é cedo para dizer.

Zelia Team: Como você acha que rappers femininas em alta têm usado a estética e a moda como ferramenta de expressão no rap?

Gabi Rocha: Eu acho que as meninas têm usado a moda e a identidade visual como forma de expressão para se autoafirmar em relação a várias questões, porque é uma forma de linguagem e de se comunicar com o público. Para levantar questões em relação a padrões estéticos e até a se autoafirmar em relação à sua negritude quando falamos de rappers e MCs pretas. Eu falo que uma coisa leva a outra - a partir do momento que você se ama, você transmite isso e você inspira outras pessoas também. Então acho que além da música, quando eu trabalho com um artista por exemplo, a gente sempre procura essa sinergia entre a entrega profissional - o que ele está trabalhando naquele álbum - e trazer isso para o styling. Tudo é mensagem, tudo é comunicação. Então acho que as artistas, resumidamente, usam a moda como ferramenta de expressão de várias formas.

ZT: Você sente que o rap feminino tem puxado tendências pro mainstream da moda?

GR: A cultura hip-hop em si sempre foi uma fonte inesgotável de referências e sempre inspirou o universo da moda no geral. Tanto que hoje a grande indústria de luxo se rendeu. Essas marcas, de grandes estilistas e designers, vem desde os anos 90 associadas a rappers e MCs. Porque muitas das influências vêm da rua e aí isso volta pra rua. O mainstream se apropria muitas vezes e monetiza. Mas isso (criar tendências) com certeza!

ZT: Enquanto alguém que trabalha com coolhunting, você acha que a gente pode afirmar que o rap feminino é uma tendência?

GR: Com certeza o rap feminino é uma tendência! E que bom que é uma tendência. Acho que ainda tem uma grande caminhada pela frente mas, graças aos rappers e MCs que vieram antes e abriram os caminhos, a nova geração também vem chegando com o pé na porta. As meninas são muito talentosas em todos os sentidos. E continuam quebrando barreiras e usando o rap para falar de várias coisas. Desde autoestima à problemas em relação a gênero e os problemas que a gente enfrenta no dia a dia em relação ao patriarcado e ao machismo. Então ter essas minas no rap, utilizando dessa ferramenta que é a voz, a comunicação, a música e principalmente, a arte, para dar voz para tantas outras mulheres é muito importante. 

RAPPERS FEMININAS PRA ADICIONAR NA PLAYLIST

E é claro que a gente não podia deixar de enaltecer as divas que vem construindo e popularizando a cena do rap nacional! Por isso, separamos a listinha das rappers brasileiras que não podem ficar de fora das nossas playlists - e que você pode prestigiar ao vivo no The Town 🌟🇧🇷 

🎵 DUQUESA

Duquesa nasceu em Feira de Santana (BA) e é impossível ignorar o sucesso e o crescimento dela nos últimos tempos - ela ficou reconhecida principalmente pelos álbuns “Taurus” e “Taurus Vol. 2”. Entre o trap, a rap e o R&B, ela traz músicas sobre autoestima e tudo o que faz uma mulher se sentir poderosa!

Reprodução: Pinterest

🎵 TASHA E TRACIE

As irmãs Tasha & Tracie são mais que rappers - elas são O MOMENTO. As gêmeas do Jardim Peri começaram na moda, com o blog Expensive $hit, e hoje transitam entre os beats e as passarelas como ninguém. Com raízes nigerianas e brasileiras, elas rimam sobre autonomia, política, estética e quebrada, sendo uma das referências quando a gente fala sobre a cultura periférica de São Paulo!

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🎵 EBONY

Nascida em Queimados (RJ), Milena - mais conhecida como Ebony - foi eleita Revelação do Rap no Genius Brasil 2019 e é considerada por muitos a primeira garota do trap nacional! Ela virou referência ao rimar sobre racismo e suas vivências de forma irônica e afiada. No seu último álbum “KM2”, que foi lançado esse ano, ela traz um combo de moda, música e atitude que segue provando que veio pra ficar!

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🎵 MC LUANNA

Apesar de nunca ter sonhado em ser rapper, MC Luanna sempre teve a escrita como aliada. Foi em 2020, no meio da pandemia, que ela decidiu soltar a voz nas redes sociais e o que era passatempo virou trajetória. Ela viralizou com as músicas “Kit Rosa” e “Bonde da Hello Kit” e, de lá pra cá, a Luanna só cresceu! Baiana de Ubaitaba e criada em São Paulo desde os oito anos, ela vem conquistando espaço com rimas afiadas, flow marcante e uma entrega que não passa despercebida.

Reprodução: Pinterest

🎵 AJULIACOSTA

Ajuliacosta acabou de fazer história: ela se tornou a única brasileira premiada no BET Awards 2025, levando o troféu de Best New International Act. Nascida em Mogi das Cruzes, Aju começou nas batalhas de rima e, ainda adolescente, criou a sua marca de moda voltada para mulheres negras (@ajuliacostashop). Hoje, com mais de 900 mil ouvintes mensais e hits como “Homens Como Você” e “Não Foi do Nada”, ela une rap, moda e representatividade num combo que não tem como ignorar!

Reprodução: Pinterest

Toc, Toc! Tem alguém ai? 🚪👀 

Hello, Gabi 💗 Conta pra gente, quais são as 3 coisas que estão alugando um TRIPLEX na sua cabeça nos últimos tempos?

Hello! Me chamo Gabi Golin, 34 anos, economista & auditora, com um ascendente no mundo fashion. Apaixonada por artes, design e tudo o que é belo, encontrei na consultoria de imagem um hobby, afinal, desde criança já montava os meus looks e das Barbies 🫶🏻💅🏻🙆🏼‍♀️

Os seus highlights preferidos do mundinho fashion desta semana! ✨ No botão abaixo, você confere todas as notícias. 💖💊

Primeiro look de “O Diabo veste Prada 2”

Definitivamente esse é o look de alguém que sabe soletrar “GABANNA”!!! Esse assunto aqui tem alugado um triplex nas nossa cabeças nos últimos dias: o figurino de O Diabo Veste Prada 2! O primeiro look foi divulgado durante a semana, e temos o comeback de Anne Hathway ao melhor estilo Andy Sachs. O lançamento do filme está previsto para abril de 2026.

Sofia Coppola anuncia filme sobre Marc Jacobs

Estamos obcecadas por essa notícia! Sofia Coppola e Marc Jacobs se unem em uma nova parceria: o lançamento de um filme sobre a história do estilista sob os olhos da cineasta. “Marc by Sofia” terá sua estreia mundial no Festival de Veneza, já em agosto desse ano. Além de uma grande parceria profissional, Sofia e Marc são amigos de anos, o que torna esse projeto ainda mais especial e íntimo! Estamos MEGA animadas pra conferir o resultado!

Tá precisando de ajuda com um look/ocasião?#Meajudazelia

É só mandar um e-mail para [email protected] com seu nome, idade, data e hora (se aplicável) e a ocasião que você precisa de um look que a gente te ajuda com o resto!

Até semana que vem! 💚

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