Diversidade ainda está na moda?

Será que a diversidade na moda e beleza veio para ficar ou virou só uma tendência passageira?

Há alguns anos, “diversidade” era o assunto do momento. Falar de diversidade era quase tão cool quanto comentar o look novo da Hailey Bieber no tapete vermelho. Surgiram cargos de Chief Diversity Officer, campanhas mais inclusivas começaram a aparecer e vários paradigmas da moda e beleza foram quebrados. A maioria, claro, pela nossa Rihanna, rs.

Por um momento, o mundo respirou aliviado. Será que, finalmente, estávamos vendo o fim da exclusão na moda e na beleza? Avançamos para 2024. Ainda se fala muito em diversidade. Ainda se cobra muito por ela. E, claro, as marcas respondem!

Temos o desfile da Victoria’s Secret, que voltou do hiato com modelos plus size, maduras e transgênero pela primeira vez!!!!! Mas estavam todas bem cobertas.

Temos lançamentos de beleza nacionais e internacionais trazendo o que há de mais avançado em tecnologia!!!!!!! Mas parece que alguns esquecem que produtos de pele não podem ser feitos pensando só em um fototipo.

Temos grandes maisons trocando diretores criativos, gerando aquele MEGA buzz!!!!! Mas continuam quase todos homens.

A pergunta que fica é: cadê aquela diversidade tão prometida?

A diversidade ainda está na moda?

Um relatório de Diversidade, Igualdade e Inclusão (DEI) divulgado recentemente expôs um cenário preocupante: apenas 9% dos cargos executivos e 11% dos postos de liderança, como CEO e diretor criativo, são ocupados por pessoas de cor. Na moda e beleza, a maioria dos cargos mais altos ainda pertence a homens brancos. A diversidade está concentrada em posições juniores, dificultando o crescimento de profissionais de grupos minoritários.

Embora as mulheres representem 69% da força de trabalho na beleza, elas ocupam apenas 36% dos cargos de alta gerência. O setor de beleza e luxo enfrenta um desafio onde a maioria feminina está em operações e gerências iniciais, enquanto os homens dominam a liderança sênior. Vivemos em uma pirâmide onde os homens ocupam o topo e as mulheres, a base?

“Eu estou tão cansada de correr o mais rápido que eu consigo e continuar me perguntando se eu chegaria mais rápido se eu fosse um homem” - Taylor Swift

E não pela é falta de profissionais competentes no mercado. Inclusive, separamos aqui alguns perfis de profissionais INCRÍVEIS que abordam esses assuntos e a gente ama acompanhar:

Será que estamos realmente vendo uma mudança genuína ou diversidade e inclusão se tornaram tendências temporárias, iguais as semanas de moda, adotadas por uma ou duas temporadas e logo deixadas de lado? Por que, mesmo com tantos comitês e discursos, a indústria ainda não reflete a diversidade que promove? Existem sim iniciativas sérias, mas ainda são exceção.

Diversidade: uma realidade, não uma “Moda”

Diversidade não é uma questão de “moda”, é uma realidade. Não é algo que deve ser encaixado em passarelas, linhas de maquiagem ou cargos corporativos por medo de cancelamento. Não queremos diversidade como um favor: ela é genuína, necessária. Até quando a indústria vai impactar a autoestima das mulheres? Até quando as marcas vão ignorar produtos para pele retinta ou roupas para corpos plus size?

Fonte: Pinterest

Para entender de perto a realidade da diversidade na moda e beleza, convidamos nossas zeliers para compartilhar seus pontos de vista. São experiências reais, que mostram o impacto da falta da inclusão na indústria.

MARIA EDUARDA (@yosoymadu), estudante

“Entre 2010 e 2016, as pessoas estavam super abertas a mudanças, questionando tudo e buscando uma sociedade mais livre e diversa. Foi uma época importante para questões de igualdade, com discussões sobre direitos LGBTQIAP+, raciais e de gênero. Mas, de uns anos pra cá, percebo uma mudança: em vez de buscar mais liberdade, a nova geração quer resgatar valores tradicionais, associando a falta de estabilidade atual ao movimento anterior por diversidade. 

Essa virada de uma geração liberal para uma conservadora é natural, já vimos isso nos anos 60 no Brasil. Só que hoje, com as redes sociais, criou-se a ideia de que “minha opinião é minha opinião", muitas vezes ignorando o impacto das palavras e normalizando atitudes preconceituosas, porque acham que o direito de falar o que pensam é maior do que o respeito ao próximo. No TikTok, já vi trends r@c!stas, onde quem se opõe é atacado com “é só minha opinião".

O caso Mascavo reflete isso: ao ser criticada pela falta de representatividade, muitos disseram que “se você não gostou, compra outro”. Mas será que uma influenciadora grande pode ignorar a diversidade do seu público? Defender o “direito de escolher o público-alvo” acaba dando brecha para atitudes preconceituosas, reforçando uma estrutura que favorece quem já tem privilégios. No final, é sempre mais do mesmo.

LAYLA (wieirdfishe), fotográfa e produtora de moda

“ser um artista - não importa se você é fotógrafo, pintor ou escultor, é um espírito.” “costumamos dizer que as fotos falam em silêncio, não fazem barulho mas falam bastante.” trechos retirados do filme Future Remembrance de 1998 que retrata fotógrafos, pintores e escultures de Gana.  

Em Julho de 2024 assisti Future Remembrance para uma pesquisa que estava fazendo sobre protagonismo de mulheres pretas do audiovisual. Refletindo a arte da fotografia que pode se deslocar ao campo do resgate cultural quando pessoas pretas estão retratando outras pessoas pretas - “eu não sabia nada mas já não tinha medo daquele equipamento impotente e como fui a primeira mulher africana a ousar, entrei na escola e aprendi a fazer cinema e fotografia. E então as pessoas disseram: vejam só! Uma mulher negra faz filmes.” Safi Faye. 

Falando de um campo majoritário branco e masculino é importante citar como a arte de fotografar pode ser nociva através de registros que não valorizam pessoas pretas por fotografias estereotipadas que não possuem sensibilidade, excesso de tratamento capaz de modificar tonalidade de pele e também a problemática dos registros que possuem sexualização de mulheres e homens pretos - fotógrafos e fotógrafas pretas lutam contra essas imagens que propagam estereótipo.

Evidenciar as histórias e contribuições das mulheres pretas em áreas que homens brancos predominam é manter vivo um lugar que sempre foi nosso e possibilitar outros horizontes para quem for chegar - quando nossa autoestima é acessada nesses lugares, enxergamos possibilidades em contar histórias através do registro. Devemos sempre refletir quem conta nossas histórias e como surgem efeito dentro do nosso cotidiano e futuro. Penso que a arte deveria se propôr mais em dialogar com crianças - investir na autoestima de uma criança hoje é ter a garantia cultural coletiva mais pra frente.  

Lita Cerqueira possuí 50 anos de fotografia no Brasil e começou de forma autodidata fotografando seu filho Pedro aos dois anos de idade, seus lindos regristros monocromático possuem sensibilidade sem igual desde registros sobre música aos registros de crianças na Bahia, é um acervo de fotos gigantesco e muito rico. ”Sempre fui um pouco artista na minha família” em entrevista para Revista ZUM em 2021, “fotografo por amor.” continua Lita respondendo pergunta sobre autodidatismo e sensibilidade.

MARIANA ANASTÁCIO (@mari_anastaciov), coordenadora de marketing de influência

“Estamos vivendo um momento de retrocesso em relação à diversidade e inclusão em diversos setores. Na moda, por exemplo, observamos a ausência de corpos diversos nas principais semanas de moda. Nas redes sociais, uma das marcas mais desejadas deixa claro que seu público-alvo é composto apenas por pessoas extremamente magras.

No mundo corporativo, a situação também preocupa: empresas como a Toyota, a segunda maior montadora de veículos do mundo, têm reduzido seu apoio a causas LGBTQIAP+ e à diversidade. Esse movimento é alarmante e merece nossa atenção. Estamos regredindo para um cenário de exclusão e preconceito, abandonando pautas essenciais, tanto nas redes quanto nas organizações.”

A lição que fica é: Moda e beleza não são para excluir, mas para incluir, celebrar a diversidade e permitir que cada pessoa se expresse livremente em sua própria pele.

Toc, Toc! Tem alguém aí? 🚪 

Sou a Luna Sanvicente Rocha, canceriana emocionada de 21 anos. Sou filha de uma modelo e figurinista, com um comentarista e ex surfista profissional. Por isso, o mundo da moda, esporte e comunicação sempre estiveram muito presentes na minha vida. Hoje, trabalho com inteligência de mercado e consumer insights na NielsenIQ e estou me formando em ciências sociais e do consumo pela ESPM. Também tenho uma participação na Jambu Estúdio, marca de camisetas e selo musical. No meio do caos de TCC, CLT, academia, relacionamentos, lazer, tento me manter alegre, focada e empolgada. Amo viajar, produzir e assistir conteúdos nas mídias digitais, comer, tomar sol, banho de mar e muito mais!

Hello, Lu!! 💓 Conta pra gente, quais são as 3 coisas que vem alugando um TRIPLEX na sua cabeça ultimamente?

💫 TRIPLEX BÔNUS 💫: como parceira da Jambu, a Luna também indicou pra gente o Ep 2hard2love da Jambu. Vale conferir!

"Eu já estava com muita expectativa para esse lançamento e ele me pegou ainda mais do que eu ia imaginar. São três músicas e eu não consigo parar de escutar qualquer uma das três, e com certeza elas vão aparecer no meu spotify wrapped esse ano"

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👀 Spoiler 👀: Tem coleção de roupas para os fãs de Crepúsculo, muuuitos lançamentos no mundinho da beauty, collabs icônicas e muito mais!

Collab Bershka + Crepúsculo

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Rihanna lança roupinha de bebê

Riri lançou uma linha de roupinhas de bebê, e é ÓBVIO que o resultado é só fofura e estilo! Looks mini-me pra quem já quer iniciar na moda desde cedo. 💕 Amamos a skin empresária da musa, mas se quiser lançar também um álbum de canções de ninar a gente aceita!!!

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Até semana que vem! 💚

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