HAUTE COUTURE FW 2025 - Destaques do Terceiro Dia

Et voilà! A essa altura da semana, Paris já deixou claro: a alta-costura segue VIVA e interessada em mais do que só encantar! No terceiro dia da temporada da Semana de Alta-Costura 2025, o que se viu foram desfiles que abraçam o excesso, questionam forma e função, e muitas vezes flertam com a performance. A haute couture continua sendo o espaço onde a moda pode se dar ao luxo de não ser óbvia, e é exatamente por isso que a gente continua se encantando.

ROBERT WUN outono/inverno 2025

Que performance! Robert Wun mergulhou em um território onde a moda deixa de ser só estética e passa a tocar em rituais, medos e fantasmas pessoais. Intitulada “Becoming”, a coleção foi desfilada em um espaço escuro e cavernoso: teatral pra ser mais exata! O desfile aconteceu no Théâtre du Châtelet.

A inspiração? O ato de se vestir. Literalmente. Do momento íntimo de escolher uma roupa a grandes rituais como um casamento ou funeral, Wun transforma essa preparação em espetáculo.

O resultado são peças que beiram o surreal: capas estruturadas manchadas com vermelho bordado, muito volume e até braços “fantasmas” fizeram a composição das peças. Uma atenção especial para o look final nupcial com uma miniatura humana empoleirada na cabeça da modelo!!! Bizarro? Talvez. Mas também hipnotizante.

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BALENCIAGA outono/inverno 2025

O desfile da Balenciaga foi com gostinho de despedida: chegou a hora de dar um tchauzinho a era Demna, após uma decáda à frente da maison! Pra essa coleção, Demna decidiu encerrar seu ciclo com moderação e técnica refinada, voltando às raízes de Cristóbal Balenciaga mas com sua assinatura irreverente. Um diálogo entre a elegância burguesa e o glamour vintage de Hollywood. 

Kim Kardashian, musa recorrente de Demna, desfilou num slip dress sedoso e casaco de plumas, carregando genuínos brincos de Elizabeth Taylor, emprestados para a ocasião pela joalheria Lorraine Schwartz. A máxima personificação da junção entre pop e couture!

Como um marco pro mundo da moda, pela primeira vez em dez anos, Demma fez questão de cruzar a passarela recebendo aplausos dos convidados presentes no desfile. Que momento!

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ELIE SAAB outono/inverno 2025

Uma expressão da graça feminina! Essa é a definição para o desfile da marca Elie Saab, intitulado “La Nouvelle Cour”. Uma coleção que revisita o romantismo do século XIX, mas com frescor contemporâneo.

A coleção caminha por salões imaginários onde o excesso é permitido e a elegância exala. Os vestidos aparecem em tecidos nobres como veludo, moiré e brocados bordados com flores, sempre com cinturas marcadas e saias volumosas. Tudo é pensado para valorizar o corpo, mas com drama: tem transparência, brilho, plumas e até laços gigantes. Elie Saab trocou o conto de fadas tradicional por um desfile que exala poder, luxo e um toque de irreverência.

VIKTOR & ROLF outono/inverno 2025

Birds of a feather, couture together! Viktor & Rolf  invadiram a Salle Wagram com uma coleção chamada “Angry Birds”, inspirada em aves imaginárias! A dupla buscou explorar a dualidade entre exuberância e simplicidade: cada look apareceu em duas versões, uma superinflada, volumosa, feita de milhares de plumas feitas à mão; a outra, sua “gêmea” minimalista, mais limpa e sóbria.

ZUHAIR MURAD outono/inverno 2025

Provando que Hollywood nunca saiu de moda, Zuhair Murad fez a passarela virar um tapete vermelho direto dos anos 1930 e 1940, com uma coleção que é pura celebração do glamour da Era Dourada de Hollywood. Pra se inspirar, Murad bebeu direto das musas como Barbara Stanwyck e Rita Hayworth, personagens que, apesar das armadilhas do patriarcado nas histórias clássicas, ganham vida nova e força nessa coleção!

Nas peças, ombros estruturados e drapeados sensuais que desafiam a gravidade, quase como uma armadura cerimonial para a nova rainha do cinema, além de vestidos longos drapeados, bordados em pedrarias e a paleta que é um espetáculo: marrons quentes, beges aveludados, pretos brilhantes e dourado de tirar o fôlego!

MAISON MARGIELA outono/inverno 2025

Uma das estreias mais aguardadas do mundinho da moda! Glenn Martens estreou no comando da Maison Margiela. O resultado? Um desfile denso, emocional e explosivo, à altura do novo capítulo da maison!

O desfile aconteceu no centro cultural Le Centquatre, em Paris, numa locação que misturava afeto e memória. Paredes cobertas por camadas de papel antigo simulavam a decoração do estúdio e showroom de Martin, cenário do último grande desfile do estilista em 2008.

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As peças são impactantes e incluem vestidos e casacos de plástico, espartilhos, peças pintadas à mão, jaquetas bomber e fios de metal. Uma atenção especial para as máscaras em metal, cristal e plástico que evocaram anonimato, ritualística e memória!