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Planejamento financeiro para girlies iniciantes!
Em clima de Black Friday, conversamos com Karlla Freitas (@suabffrica) para entender a importância de economizar 💸
Com a Black Friday se aproximando, é normal toda fashionista encarnar a sua skin mais “Os Delírios de Consumo de Becky Bloom” possível. Uma saia nova aqui, um óculos novo ali, aquela base da Dior bem parceladinha e… boom! 💥 Toda sua vida financeira parece ir por água abaixo. A verdade é que, num mundo onde as compras estão - literalmente - na palma da nossa mão, fica 10x mais fácil tomar decisões impulsivas e, consequentemente, acabar adiando aquelas metas e sonhos de longa data. Se preparando para mudar em 2026, a News da Zélia declara uma nova tendência: hot girls fazem planejamento financeiro!

Imagem: Pinterest | Reprodução
Nesse clima de juntar nossas moedinhas, nosso time conversou com Karlla Freitas (@suabffrica)! Formada em Administração e apaixonada por esse mundinho de finanças, a nossa BFF Rica compartilha dicas e cursos sobre investimento, economia e planejamento - daquele jeito super girllie (e necessário - explicando como se a gente fosse uma criança de 5 anos). Uma real life cool girl que sabe que ter estilo não é sinônimo de se endividar 💖
Zélia Team: Como você define o que é planejamento financeiro na prática e por que ele tem se tornado cada vez mais importante?
Karlla Freitas: O planejamento financeiro, na prática, é parar de viver no improviso e começar a viver com intenção. É sobre olhar pra sua vida, pro seu bolso e dizer: “Tá, o que realmente faz sentido pra mim? O que eu quero agora e o que eu quero construir pro meu futuro?”. É você saber o que quer para sua vida, entender quanto você ganha, entender quanto você gasta e definir tetos de gasto pra cada parte do seu dinheiro. Pronto. Sem drama, sem fórmula secreta, sem complicação. É tipo trocar o modo aleatório pelo modo protagonista. Porque hoje tudo está rápido, tudo é estímulo, tudo é oportunidade… e tudo é tentação também. Se você não tem clareza, você vira refém do impulso, da promoção, do boleto surpresa, do “depois eu vejo”. A gente vive numa era em que, se você não cria o seu plano, o mundo cria um para você e geralmente é um plano caro, ansioso e cansativo. Planejamento financeiro virou essencial porque ele te dá: 1. Paz para viver o presente; 2. Estratégia pra construir o futuro; 3. E liberdade pra fazer escolhas sem medo. No fim do dia, amiga, planejar é só isso: fazer seu dinheiro trabalhar pela vida que você quer e não o contrário.
ZT: Qual é a sua dica de ouro pra quem quer começar AGORA uma vida financeira mais organizada?
KF: Acho que a maior dica que posso dar é: comece. O primeiro passo pode ser o mais difícil mas é o que vai te levar a dar outros passos para sua liberdade financeira.
ZT: Existe um “primeiro passo” universal para quem quer organizar a vida financeira? Quais são os erros mais comuns durante esse processo?
KF: Eu acho que a primeira coisa é entender que o dinheiro não tem a função só de pagar contas e sobreviver, isso é apenas uma função do dinheiro. Ele tem quatro e você precisa entender elas porque finanças é sobreviver + viver.
Dinheiro do dia a dia: usamos o dinheiro para sobreviver e pagar as contas do mês.
Segurança financeira: precisamos ter uma reserva de emergência que irá nos ajudar em situações de imprevistos, e o dinheiro que te protege quando o carro dá problema, uma demissão acontece, aparece um gasto de saúde, ou simplesmente surge um imprevisto que você não controla. A reserva é MEGA importante porque ela é paz mental em forma de dinheiro.
Construir sonhos: dinheiro sem propósito é um pedaço de papel e precisamos dar sentido para ele (aqui entra a vida dos sonhos que você tanto deseja).
E criar independência para o futuro: não vamos ter a mesma energia de hoje amanhã e não vamos querer trabalhar para sempre, por isso precisamos pensar na vida da nossa eu do futuro e como fazer ela ser independente para viver a vida dos sonhos que estamos criando.
Quando você passa a enxergar o dinheiro dessa forma mais completa, tudo começa a fazer sentido. Porque você sai do modo “apaga incêndio” e entra no modo “vida planejada”. Clareza sobre o que você quer, clareza sobre quanto você ganha e clareza sobre quanto você gasta. Sem isso, tudo vira achismo, e achismo é o inimigo número 1 da vida financeira organizada.
Agora… os erros mais comuns? Nossa, amiga, esses são clássicos:
Começar pelo fim: A pessoa quer investir, quer “fazer o dinheiro render”, mas nem sabe quanto entra e quanto sai todo mês. Sem base, nada fica de pé.
Achar que organizar é cortar tudo: Planejamento financeiro NÃO é viver no castigo. Se você começa já se punindo, você desiste em duas semanas.
Ignorar despesas pequenas: O famoso “é só 15 reais”. Esses “só” são especialistas em destruir orçamentos.
Criar metas que não combinam com a vida real: Se você ganha X, não adianta montar um plano que exige 3X. Fica pesado, irreal e frustrante.
Não definir tetos de gasto: Sem limite, a gente escorrega fácil no impulso e nem percebe.
Querer mudar tudo de uma vez: Organizar dinheiro é igual academia - se você tenta transformar sua vida em uma semana, você não dura um mês.
ZT: Você tem alguma indicação ou método para montar uma boa planilha de planejamento?
KF: Amiga, eu sou team planilha sem medo de assumir. E o meu método é tão simples, tão prático e tão possível para qualquer pessoa que até quem tem preguiça de planilha consegue usar. Funciona assim:
Primeiro, eu crio um orçamento. Eu vejo exatamente quanto posso gastar em cada categoria e também quanto vou investir para o meu futuro, sempre com base na minha realidade atual, nada de metas impossíveis que só dão frustração. É vida real, não fantasia.
Depois, eu uso uma planilha com duas abas:
Aba 1: Controle de Gastos - É aqui que entra o meu ritual mais importante: eu tenho um encontro comigo mesma todo domingo. Abro a planilha, atualizo tudo com meus gastos da semana e vejo se estou seguindo o orçamento que eu mesma defini. Fazer isso semanalmente é o segredo do sucesso, amiga. Porque dá tempo de ajustar, respirar, reorganizar… Você não chega no fim do mês levando um susto, você vai corrigindo no caminho.
Aba 2: Fechamento do Mês - Aqui é onde eu faço aquele olhar mais profundo: Bati minhas metas? Exagerei em alguma categoria? Sobrou? Faltou? Por quê? O que eu posso melhorar no próximo mês? Basicamente você precisa ter o controle do que entrou, do que saiu, do que você guardou e se isso fez você chegar mais perto dos seus objetivos.
ZT: Como dividir o salário entre contas, lazer e sonhos?
KF: Hoje eu divido minha renda em: 70% para a minha “eu do presente” e 30% para a minha “eu do futuro”. Os 70% do presente são para tudo que mantém minha vida acontecendo agora: o dinheiro do dia a dia. E os 30% do futuro são para as coisas que constroem segurança, sonhos e independência: reserva, investimentos, metas de médio e longo prazo… É a parte da minha vida que eu quero que floresça mais lá na frente. Salvar algo hoje é melhor do que não guardar nada para sempre. Contanto que você esteja guardando alguma coisa... você vai ficar bem. Você está no caminho certo. Não deixe ninguém fazer você se sentir como se tivesse falhado. Comece economizando o que puder e trabalhe até um valor ou porcentagem maior de sua renda. Eu prometo que você vai ficar melhor em economizar com o tempo. A última coisa que eu quero é que você pense que se você não está economizando X% da sua renda, você é um fracasso. Não quero que você sinta que não há como recuperar o atraso, ou que está tão atrasado que nem deveria se dar ao trabalho de tentar economizar. Economizar 30% de sua renda ao ganhar um valor alto é fácil. Economizar quando você ganha R$ 600 não é.
ZT: Qual é a forma mais prática de começar a montar uma reserva de emergência sem sofrer?
KF: Amiga, a forma mais prática de começar uma reserva de emergência sem sofrer é começar pequeno, automático e com intenção. Mas antes de tudo, a gente precisa entender o que é essa reserva. A reserva de emergência é o dinheiro das necessidades reais, dos imprevistos, dos “Meu Deus, e agora?”. É o dinheiro que te protege quando: você perde uma renda, aparece um gasto de saúde, o carro dá problema, surge algo que você não controla… E o ideal? Ter de 3 a 6 meses das suas despesas mensais guardados. Se você gasta R$ 2.000 por mês, sua reserva ideal seria entre R$ 6.000 e R$ 12.000. Mas calma isso é um objetivo, não um ponto de partida. Agora, o segredo para não sofrer:
Começa pequeno - Não tenta construir a reserva inteira em um mês. A reserva é um processo, não uma corrida.
Faz isso automaticamente - Coloca um lembrete ou uma transferência fixa. Quando vira rotina, fica leve.
Deixa esse dinheiro num lugar seguro e resgatável - Reserva de emergência precisa estar: 1) Investida de forma segura (nada de risco alto); 2) Num lugar que rende mais que a poupança, e que você consiga retirar a qualquer momento sem perder dinheiro. Exemplos: Tesouro Selic, CDB com liquidez diária e baixo risco, fundos DI simples. É o dinheiro que precisa estar disponível quando a vida aperta — não pode ficar preso.
Celebra o progresso - Cada R$20 guardado é prova de amor pela sua “eu do futuro”. No fim, amiga, a reserva de emergência é isso: paz financeira. E quanto mais cedo você começa, mesmo com pouco, mais leve sua vida fica.

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ZT: Muita gente se assusta quando ouve “investimentos”. Como a gente pode tirar esse medo? É mais simples do que parece?
KF: Diferente do que muitos acham, investir não é aposta nem jogo. Se um dia você estiver na dúvida se algo é jogo ou não, se pergunte: “Eu preciso de sorte?”. Se a resposta for sim, é jogo. E não, não contamos com a sorte nos investimentos, e sim com estratégia.
Existem duas formas de você investir: através da renda fixa e através da renda variável. Imagina então que existem duas lojas: a Chanel, que é a renda fixa, e a Balenciaga, que é a renda variável. Você não investe “na renda fixa e na renda variável”. Você investe em produtos que estão dentro delas. Você não compra a loja Chanel, e sim uma bolsa da Chanel. A Chanel é como a renda fixa: uma loja segura, confiável e sofisticada. Pode até não trazer aquele impacto imediato, mas sempre mantém um alto valor ao longo do tempo. Agora… se você entra na Balenciaga, a experiência é completamente diferente. É ousadia, tendências passageiras e apostas arriscadas. Um dia a bolsa de Crocs com salto está no auge; no outro, ninguém mais quer. Isso lembra a renda variável.
Ok, mas o que isso significa na prática, quando eu coloco meu dinheiro? Na renda fixa, é como se você estivesse emprestando seu dinheiro para instituições como bancos, governo ou empresas. Em troca, você recebe uma remuneração fixa — como os ganhos previsíveis de um suplemento básico. Não tem grandes emoções, mas é seguro e garante crescimento constante ao longo do tempo. Na renda variável, você compra um pedacinho de uma empresa e, com o tempo, lida com lucros e prejuízos como uma sócia, mesmo que seja de um pedacinho pequeno. Tem mais emoção, não é tão segura quanto a renda fixa, mas no longo prazo pode ter um retorno muito bacana.
ZT: Como entender qual é o melhor tipo de investimento para iniciantes e saber se ele combina com o nosso perfil?
KF: Amiga, entender qual é o melhor tipo de investimento pra começar é muito menos complicado do que parece. A primeira coisa que você precisa olhar é o seu momento de vida: quanto você ganha, quanto sobra, quais são seus planos e até como você lida com imprevistos. Investimento bom para iniciantes não é o mais famoso da internet, é o que conversa com a sua rotina e com o seu bolso de verdade.
Depois vem algo super importante: o seu perfil de investidora. E isso não é um bicho de sete cabeças. Assim que você abre uma conta de investimentos, seja num banco ou numa corretora, você já faz um teste de perfil. E esse teste, amiga, é literalmente um “teste da Capricho” da vida adulta. Ele te pergunta coisas do tipo: como você reage quando vê seu saldo oscilar, quanto de risco você tolera, como você se sente quando algo sobe ou desce. E aí ele te mostra, de forma clara, se seu perfil é mais conservador, moderado ou arrojado.
Se você gosta de paz, previsibilidade e não quer sustos, você tem um perfil mais conservador. Se você aceita um pouco de sobe e desce, em busca de rentabilidade mas ainda quer equilíbrio, você é moderada. Se você não surta com volatilidade e está pensando totalmente no longo prazo, e sabe que isso pode te dar um retorno muito legal lá na frente, você é arrojada.
E sabendo isso, fica muito mais fácil escolher onde começar. Para quem está começando, o melhor investimento é sempre aquele que você entende e que respeita o seu perfil. Por isso eu sempre recomendo produtos mais simples, seguros e estáveis, como Tesouro Selic, CDB com liquidez diária e fundos DI. São fáceis de entender, não dão susto e rendem mais que a poupança. Com o tempo, conforme você ganha confiança e curiosidade, você pode explorar investimentos de mais risco, como ações, fundos imobiliários e ETFs, mas sempre com calma e respeitando a fase da sua vida.
No fim do dia, amiga, o investimento ideal não é o mais ousado nem o mais conservador, é o mais coerente com quem você é. Coerência traz paz, constância e resultado.
ZT: Dá pra ter uma vida equilibrada, curtindo umas coisinhas (mimos!) e ainda assim investir?
KF: Amiga, dá 100% sim. Isso não só é possível como é exatamente o objetivo de uma vida financeira saudável: você viver bem hoje sem deixar a sua “eu do futuro” na mão. E sabe quando isso vira realidade? Quando você começa a entender o que você realmente quer pra sua vida. Quando você entende as noções básicas do dinheiro, quando percebe que cada gasto te aproxima ou te afasta das coisas que você deseja viver lá na frente. A partir daí, tudo muda. Você para de gastar no automático e passa a gastar com intenção. O problema nunca foi gastar dinheiro. O problema é gastar de um jeito que não faz sentido pra sua vida. É comprar coisas que você nem queria tanto assim, deixar seus sonhos pra depois, viver reagindo ao impulso em vez de reagir ao que você realmente quer construir. Quando você escolhe bem, quando você sabe o que importa pra você, quando o seu dinheiro começa a refletir sua identidade e não a pressão do momento, você descobre que dá pra curtir seus mimos, pagar suas contas e, sim, investir — tudo ao mesmo tempo. Porque equilíbrio não é cortar tudo, é alinhar seus gastos com a vida que você quer viver.
ZT: Estamos em época de Black Friday e é tentador ver tantos descontos em coisas que estão na nossa wishlist! Você tem alguma dica de como se organizar financeiramente para esse momento e ponderar o que realmente vale a pena?
KF: A minha dica é simples: planeje antes de abrir o site. Não é emoção, é intenção. Antes de comprar qualquer coisa, faz três perguntinhas sinceras para você mesma:
Eu já queria isso ANTES da Black Friday ou estou desejando só porque está barato? Se o desejo nasceu junto com o desconto, pode ser cilada, amiga.
Isso cabe no meu orçamento do PRESENTE sem prejudicar minha EU DO FUTURO? Black Friday passa. A fatura chega.
Isso melhora minha vida, meu dia a dia ou meus planos? Ou é só um surto momentâneo? Tem coisa que é mimo saudável, tem coisa que é bagunça emocional.
Outra dica que eu amo: escreve sua wishlist ANTES das promoções, com os itens que você realmente quer. No dia da Black Friday, você só confere se o preço caiu de verdade — e compra só o que já estava na lista. É libertador e evita 90% das compras por impulso. E lembra: desconto bom não é o que diminui o preço, é o que não aumenta o seu estresse depois. Não adianta nada ter alguns minutos de prazer, o foco é ter uma vida toda prazerosa.
Prontinho, Zelier! Agora é só você anotar e guardar as dicas suuuper valiosas da Karlla! ✍️✨ E não esquece de acompanhar o @suabffrica para mais insights como esses. Thanks pelo papo, Karllinha!

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