[PRIDE WEEK] O que devemos saber no mês do orgulho? 🏳️‍🌈

Eu gostaria que soubessem que viemos da mesma fonte criadora. Dizer que ama o Criador e não amar a criatura, não faz sentido. Não estamos pedindo compreensão, apenas respeito e direito de existir sem sofrer violência por sermos quem somos. Gostaria que soubessem que amar uns aos outros só é possível aceitando a diversidade que nos torna iguais.

Nesse mês do orgulho, queria dizer que tenho orgulho de fazer parte de uma comunidade que me dá força, história e abrigo. Mas também queria lembrar que quem está fora da comunidade tem um poder imenso de salvar, e salva, muitas vezes, sem saber. Meus amigos me salvam quando me enxergam além da minha orientação. Quando não me reduzem a um personagem divertido, nem me encaixam em moldes prontos. Eles me salvam quando entendem que cada pessoa LGBTQIAPN+ é uma pessoa, com seus próprios desejos, silêncios e jeitos de existir. E me salvam, principalmente, quando me encorajam a ser quem eu sou, sem medo e sem corte. Ser visto e ver os outros de verdade assim não é só um ato de amor, mas um ato revolucionário.

Eu gostaria que soubessem que amar com liberdade é uma declaração de existência. É direito de ser quem somos. Amor é coisa digna, coisa bonita. É estranho ver que alguns de nossa espécie mais se aterrorizam com uma relação de amor e respeito do que com uma guerra. Os nossos interesses falam tudo por nós. Amor existe pra ser sentido, vivido e respeitado.

Eu queria que as pessoas soubessem que elas não precisam esperar o mês do orgulho para apoiarem ou defenderem as pautas da comunidade.

O que eu queria que as pessoas soubessem é que ser gay e gordo é viver duas vezes a exclusão. É não se ver nos aplicativos, nos comerciais de orgulho, nem nos afetos que dizem ser livres. Queria que soubessem que a gente também ama, também dança, também sente desejo e merece ser desejado. Que nosso corpo não é resistência só por existir. É potência, beleza e história. A liberdade de ser quem sou não cabe em padrões, mas transborda em orgulho.

O tema da Parada SP esse ano foi "Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro." Esse tema me faz refletir porque eu sempre observo as pessoas da comunidade que estão ao meu redor e muitas delas são mais velhas do que eu, já construíram a vida, e eu não sei se todo mundo pensa nisso, mas eu sempre penso no que elas devem ter enfrentado para serem como são hoje, o quanto essa liberdade deve ter custado no quesito material e principalmente emocional.

Eu digo isso porque acho que pessoas de fora da comunidade não têm a real noção do quanto a vivência LGBT deixa marcas profundas na maioria de nós, e que essas feridas podem continuar doendo por anos, mesmo que não pareça ainda doer na gente. Acredito que o tempo e o crescimento sempre contribui pra nossa cura, mas pra mim é importante as pessoas saberem que mesmo com nossas conquistas, ainda carregamos essas marcas com a gente e não é tão fácil de lidar como fazemos parecer. Continuar recebendo acolhimento, proteção e compreensão ainda faz muita diferença para nós, mesmo depois da juventude, porque o mundo para a comunidade ainda é muito hostil.

Queria que as pessoas soubessem que os padrões de relacionamento seguem uma lógica completamente diferente dos relacionamentos hétero normativos. Tudo que a gente conhece sobre relacionamentos diz respeito ao relacionamento entre o mesmo mulher que a Igreja Católica e toda sociedade impôs nos últimos milhares de anos aqui no ocidente mas isso tudo ainda segue um padrão de homem x mulher, e nós LGBTQIA+ seguimos uma lógica própria, é muito comum as pessoas compararem com uma lógica heteronormativa até em coisas bobas como “quem é o homem da relação ?” “Quem vai pedir em casamento?” Mas cada relacionamento segue seu estilo próprio e estamos descobrindo nosso jeito, e nosso roteiro vai ser diferente das lentes comuns do que tudo que a sociedade conhece entre “homem e mulher”.

Oie!! Eu sou Julia, tenho 26 anos (com o pézinho nos 27, já que faço aniversário comecinho de julho), canceriana - bem daquelas sonhadoras - o que justifica tudo, já que como empreendedora, resolvi criar uma marca que propõe mudar a forma rápida que vivemos a moda hoje, circulando looks e tornando o aluguel uma forma mais óbvia de consumir! Anddd, além disso, também me joguei nessa vida de criação de conteúdo, porque no fim das contas vira tudo uma coisa só, né?!