SEMANA DE ALTA-COSTURA 2025: Destaques do terceiro dia

O terceiro dia foi um dos mais emocionantes, com a estreia de Alessandro Michele na Valentino, sua primeira coleção de alta-costura para a maison, além da colaboração entre Jean Paul Gaultier e Ludovic de Saint Sernin. Tivemos vários destaques incríveis, então bora conferir!💖

Valentino

Alessandro Michele marcou sua estreia nesta quarta-feira (29.01) na Valentino. Com um dos desfiles mais aguardados, mostrou que sabe, como ninguém, navegar entre passado e presente, resgatando seu maximalismo característico.

A coleção, intitulada Vertigineux, foi inspirada no ensaio “The Infinity of Lists”, do filósofo Umberto Eco. Michele menciona em suas notas sobre o desfile que as listas e a enumeração podem ser uma maneira de “trazer ordem ao caos do universo”.

No entanto, o paradoxo aqui é que, ao mesmo tempo, essas listas podem criar uma sensação de vertigem quando estamos diante de várias possibilidades. Seria o próprio Alessandro lutando contra a vertigem de tantas escolhas que poderia ter feito para sua estreia?

Apresentada no Palais Brongniart, em Paris, a coleção trouxe 48 vestidos que traduziram perfeitamente o DNA do design: extravagância com um toque vintage. Cada peça parecia contar uma história, e assistir ao desfile foi como mergulhar em um espetáculo de dramaticidade e teatralidade, algo que só Michele sabe fazer.

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Focando na peças, os vestidos rodados, com saias gigantes, reforçaram o conceito pós-moderno. Porém, o que mais chamou minha atenção foram os tecidos, que traziam volume e texturas em uma cartela de cores que iam do barroco ao preto sóbrio. Além disso, os detalhes eram de tirar o fôlego: bordados meticulosos, pérolas, veludo e acabamentos impecáveis.

Já a silhueta, que vinha se destacando nesta semana de moda, ganhou ainda mais força aqui, aparecendo bem estruturada, quase geométrica. Esse jogo de formas contribuiu para a estética impactante da coleção, tornando cada look ainda mais imponente. Se houvesse uma vampira do século XIX nos dias de hoje, com certeza usaria todas as peças.

Jean Paul Gaultier com Ludovic de Saint Sernin

Desde que se aposentou, Jean Paul Gaultier tem passado o bastão de sua coleção de alta-costura para diferentes estilistas. Já tiveram sua vez nomes como Simone Rocha e Haider Ackermann, e, neste ano, o escolhido foi Ludovic de Saint Sernin.

O tema? Le Naufrage (naufrágio). O impacto começou antes mesmo da primeira modelo pisar na passarela, com um grito assustador que tomou conta do ambiente. Mas, logo depois, a cena se transformou em pura poesia.

Em vez de seguir o caminho mais óbvio, com referências náuticas e marinheiras, ele mergulhou na mitologia marítima, trazendo corsets, ilhoses, texturas que lembravam couro de crocodilo e tecidos que aderiam ao corpo, como se as modelos ainda estivessem envoltas pela água.

Saint Sernin, apostou em vestidos drapeados, com rasgos intencionais, criavam silhuetas que pareciam ter acabado de emergir do oceano, enquanto lantejoulas remetiam a escamas. Além disso, elementos quase teatrais, como o navio usado na cabeça da modelo Luiza Perote, reforçavam a dramaticidade da coleção.

@luizaperote

tiktok tirou o áudio quando tentei postar antes 🥹🥹

O destaque também ficou para o casting de modelos. As queridinhas, como Alex Consani, Amelia Gray, Angelina Kendall e Paloma Elsesser, deram ainda mais força ao desfile, tornando Le Naufrage um dos momentos mais marcantes desta temporada de alta-costura.

Existe algo mais perfeito do que os vestidos de casamento na alta-costura? Saint Sernin nos ofereceu um dos mais belos que eu já vi, em uma mistura de cisne com sereia. Com certeza, eu me casaria com esse!

Viktor & Rolf

Viktor & Rolf sempre surpreendem, e nesta temporada não foi diferente. Eles pegaram um look simples (camisa branca, calça azul e trench coat bege) e transformaram tudo, mostrando que o simples pode ser muito mais.

@eriveltonalbinohosken

HAUTE COUTURE FASHION SHOW SPRING 2025-2026 #viktorandrolf #FASHION #STYLIST #fy

Depois de uma coleção punk, apostaram no volume. Babados e peças douradas de alfaiataria criaram camadas impressionantes. Até uma boneca de porcelana foi vestida com as peças. A textura foi o ponto alto, com laços, amassados e drapeados dominando a coleção. Cada look misturava o clássico e o básico em uma ousadia total.

No final, fica a provocação: será que o simples é mesmo simples?