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SPFW N60: Fauve
Nosso time esteve de pertinho para conferir tudo que aconteceu no desfile da Fauve na SPFW N60!
Depois de cinco anos de marca e para sua terceira apresentação no SPFW, a estilista Clara Pasqualini fez um resgate às origens da Fauve.
Preparadas para uma aula de história da arte? 🎨 O Fauvismo foi primeira vanguarda artística do início do século XX, liderado por Matisse. No movimento, pela primeira vez, a preocupação deixou de ser a perfeição da forma e da representação exata da realidade para dar espaço ao instinto e as intuições. Os artistas que apresentaram suas telas com pinceladas largas e gestuais, aplicando cores vibrantes e contrastantes foram chamados de “Les Fauves” que, em tradução literal significa, as feras (ou os selvagens), justificando a priorização a emoção sob a razão. Impactada com o conceito do movimento após uma viagem para a Europa, Clara voltou à Caxias do Sul e aplicou nas roupas o que aprendeu (e sentiu) com as telas. A Fauve nasceu do seu projeto de TCC e, em 2019, a marca nasceu comercialmente.
Assim como os pintores fauvistas, a coleção foi construída a partir de sentimentos e emoções, privilegiando toque e olhar, mais do que o controle. Foram mais de 300 croquis (!!!!) para chegar aos 26 looks finais que compõe a coleção Sala 7, uma homenagem a primeira exposição que marca o início do fauvismo, em 1905.
“É uma coleção que marca um novo capítulo da marca, como espaço simbólico de experimentação, onde moda, arte e matéria se entrelaçam para formar uma linguagem própria”
O processo criativo enfatiza o posicionamento da marca como um atelier que prioriza peças especiais sob medida. Veludos, paetês, tules, sarjas e crepes se contrastam intencionalmente, bem como a mistura intencional de estampas, para apresentar novas propostas de shapes e volumes que extrapolam as curvas do corpo em contraste com as modelagens estruturadas. “Teve muito estudo de estruturação das peças, foram vários testes até chegar no acabamento desejado. Por isso, a maioria dos acabamentos são feitos à mão”, conta a estilista.

Fonte | Imagem Reprodução: Marcelo Soubhia / @agfotosite
Para além dos tecidos pintados e bordados manualmente, o maxi vintage é reforçado pela cartela ampla de cores. Essa é a primeira vez que Clara se aventura a trabalhar com tons terrosos, verde, rosa, pink, azul, amarelo, vermelho... “Os garimpos têxteis, a brincadeira de sobreposições cores, tecidos de diferentes texturas, com ou sem bordados, e o estudo de novas modelagens foram criando vida e se transformando em pequenos tesourinhos”, resume Clara.
A vibe do desfile era como estar em uma verdadeira galeria de arte, a chave da Sala 7 abre mais do que uma porta: abre acesso a um ecossistema onde moda e arte se fundem em um mesmo gesto. Cada peça é um convite a habitar essa sala, não espectador, mas como parte viva da obra.

Fonte | Imagem Reprodução: Marcelo Soubhia / @agfotosite
Para arrematar a produção, a beleza assinada pela Carolina Felício foi pensada para compor com os looks e traz uma proposta mais maximalista, com um toque glam. Os olhos aparecem bem destacados e marcados em tons de preto e terrosos, que conversaram muito bem com as roupas. A pele vem bem preparada e corrigida para equilibrar com esses olhos intensos. Junto de uma boca laqueada, o resultado transmite exatamente essa ideia mais glamorosa que a marca buscava, fugindo daquela beleza “só bonita”.

Fonte | Imagem Reprodução: Marcelo Soubhia / @agfotosite
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