SPFW N60: Foz

Na Foz, memórias, infância e amadurecimento se tornam bordados, rendas, tecidos e um desfile que nos transporta para outras dimensões. Em Povoado Poesia, inspirações como o filme da Disney “'Atlantis - O Reino Perdido” e a infância do próprio Antônio Castro para criar “Povoado Poesia”- um vilarejo fictício, que nasce a partir da costura de lembranças, referências e de um inconsciente coletivo do que é o interior do Brasil! 🏠️✨🇧🇷 

Em Povoado Poesia casas podem ser feitas de pano, chapéus têm três cabeças e peixes voam pelo céu. Finalizando a trilogia que começou com Alambique Fantasia em 2023 e seguiu com O Conto de Laura em 2024 (alô, big boss?), esse novo capitulo da Foz mergulha ainda mais no interior do diretor da marca e sua jornada de vida e amadurecimento. Como resultado, temos um lugar que se inspira no realismo fantástico de Gabriel García Márquez e Jorge Amado - aqui, animais híbridos, monstros, beleza, feiúra, reconhecimento, estranhamento e moda caminham lado a lado para criar roupas que nos fazem refletir sobre nossa própria vida.

Esse surrealismo inventa um novo lugar fruto das dezenas de expedições que Antônio realizou ao longo destes quase 5 anos de marca, e que resultaram em colaborações com grupos artesanais que são marca registrada do trabalho da FOZ.

As bolsas de palha de ouricuri ficam por conta da Pontal Art, em Coruípe (AL), grupo que colabora desde as primeiras coleções, com pontos inspirados nas flores do ipê e nas margaridas. As bordadeiras do grupo Mimos de Dona Peró, de Capela (AL), também voltam a somar forças, com monstrinhos em ponto cheio, bordados a partir das ilustrações de Cleyton Almeida inspiradas em desenhos medievais de figuras híbridas. Já as bordadeiras de Entremontes (AL), também colaboradoras desde a primeira coleção, entram com peças de bordado Redendê e técnicas mistas, com a reedição dos peixes, compostos com mensagens bordadas e caracóis de Redendê desconstruídos.

No desfile, a atmosfera era nostálgica e fazia parecer que estávamos caminhando em uma vila do interior onde tudo é poesia. Todo mundo ficou arrepiado com a trilha sonora, que era uma música gravada por crianças que estudam na mesma escola de Antônio, o Colégio Maria Montessore, com uma vibe de cantiga infantil gostosa que aquece o coração.

Nas cores, a coleção brinca tanto com os tons primários quanto com texturas - aquarelas, estampas maximalistas, borrados e tecidos fluídos - para trazer o lado lúdico dos sonhos. Azul bic, amarelo canário, verde pistache, roxo, laranja vibrante e azul celeste nos fazem lembrar da nossa infância: dos lápis de cor, das pinturas da creche, dos nossos sonhos mais puros e dos dias de verão que pareciam eternos.

Com projeto assinado por Thiago Almeida, o cenário do desfile foi um espetáculo à parte! Alugando um triplex na nossa cabeça - ou melhor, uma casinha mesmo! Feita de tecido bordado por grupos produtivos dos 27 estados brasileiros, a casinha que era o ponto central da passarela era uma reedição da apresentada na exposição “A Casa Bordada”. Além dela, a passarela foi coberta com tapetes da TAPETAH, que desenvolveu uma coleção especial em parceria com a FOZ.