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Uma imagem vale mais que mil palavras...
Conversamos com um consultor pra saber como funciona os bastidores de uma estratégia de construção de imagem. Vem conferir!
Virgínia Fonseca apareceu na CPI das bets com moletom com um meme da filha pequena estampado, copo stanley pink e praticamente zero make. Parecia até que ia pra mais uma live da We Pink na sala da própria mansão, mas o compromisso era diante de parlamentares. O look? confortável. O contexto? nem tanto. 💭
Nessa cena - que seria cômica se não fosse trágica - a gente viu mais do que uma escolha de roupa: vimos uma estratégia de imagem - ou talvez a falta dela. E foi aí que surgiu o questionamento: O que o visual comunica quando você tá no centro de uma polêmica nacional? Dá pra manter a “personagem da internet” em espaços e cenários como esse?

Fonte | Reprodução: Internet
Na News da Zelia a gente leva essas pautas SUPER a sério! ❗️ Por isso que, sobre esse assunto, a gente conversou com o consultor de imagem Diego Ramirez, sobre como se constrói (e sustenta) uma imagem pública. Porque no fim das contas, toda escolha - do look ao posicionamento - pode (e deve) virar manchete. 📰
Diego Ramirez (@dihramirez) é designer, jornalista, produtor de moda, consultor de imagem e especialista em estéticas e visagismo. Atua há mais de 20 anos no mercado da moda e há mais de 10 na área de comunicação e estratégia de imagem. Atualmente, cursa pós-graduação em Antropologia e desenvolve conteúdos para redes sociais com foco em moda, beleza e design.

Fonte | Reprodução: Redes Sociais
Zelia Team: Quando falamos de imagem pública, especialmente no caso de influenciadores, até que ponto é planejado e até que ponto é espontâneo?
Diego Ramirez: Essa é uma questão muito complexa, porque cada caso é um caso. Existem criadores de conteúdo que compartilham suas rotinas diárias e, com isso, vão conquistando seguidores. Depois, quando começam a ser patrocinados por marcas, suas opiniões passam a ser questionadas, pois há dinheiro envolvido. Também existem pessoas que criam conteúdos específicos com o objetivo de ganhar engajamento e, assim, firmar parcerias. Após um determinado tempo de crescimento, visam estabelecer relações comerciais rentáveis dentro do seu nicho. Por estratégia de marketing, muitos criadores de conteúdo já produzem materiais com o objetivo de viralizar e atrair seguidores. É muito difícil dizer quem é natural e quem é planejado.
Z: Existe uma “receita” de imagem para influenciadores de grande alcance como a Virgínia Fonseca?
D.R.: Receita, não. Mas existem estratégias de imagem para agradar o público e conquistar engajamento. Para isso, existem profissionais de styling e consultores especialistas em imagem, que trabalham justamente para provocar reações no público. Afinal, estar presente nas redes é comunicar, e parte dessa comunicação é visual: cabelos, maquiagens, roupas, acessórios — tudo isso forma uma identidade visual que cria conexão com o público.
Z: É uma linha bem tênue, mas qual a diferença entre imagem pessoal e imagem pública?
D.R.: A imagem pessoal é aquela que todas as pessoas transmitem para a sociedade. É a relação do “eu” com os outros. Está mais associada ao que eu gosto e à forma como me comunico com os demais. Já a imagem pública está associada ao “eu”, mas também ao papel que essa pessoa representa na sociedade. Ela é especialmente relevante para pessoas em destaque, como políticos, chefes de Estado, representantes de instituições, líderes de grupos… Essas figuras públicas muitas vezes precisam obedecer a regras de vestimenta e comportamento para se adequar aos papéis que exercem. Bons exemplos são presidentes, deputados, reis, rainhas, donos de grandes empresas — pessoas com alta responsabilidade social. A imagem pública está ligada não apenas à roupa, mas também à comunicação, ao uso das palavras, gestos e atitudes.
Z: Como roupas, maquiagem e acessórios contribuem para a construção de autoridade (ou a falta dela)?
D.R.: Para compor a imagem pessoal, utilizam-se diversos elementos: roupas, maquiagens, sapatos, acessórios, cortes de cabelo, óculos, chapéus… Todos esses itens transmitem mensagens, de acordo com a semiótica. Cada elemento pode carregar simbologias e signos muito sutis, mas que têm significados profundos. Eu, como consultor de imagem e produtor de moda, acredito que esses elementos são importantíssimos. Mas a verdadeira criação de autoridade vem da comunicação oral, da fala. É essencial que a imagem estética esteja alinhada à imagem comportamental. A verdadeira autoridade está associada ao seu conhecimento, porém sua imagem deve representar isso.
Z: A “infantilização da imagem, nesse caso, pode ser uma forma de proteção ou desvio de foco?
D.R.: Isso depende muito do caso. É fundamental avaliar cada situação individualmente. Vi muitos consultores de imagem dizerem que a Virgínia “infantilizou” sua imagem. Eu discordo completamente. Para mim, ela fez mais do que isso. Ela usou roupas extremamente casuais, que contradizem o cenário político onde ela foi depor: calça jeans, blusa de moletom, garrafinha de alumínio… Esses elementos remetem ao streetwear, roupas confortáveis para o dia a dia. Na minha visão, ela demonstrou descaso e desrespeito, ignorando a importância do depoimento. A estética usada para depor em uma CPI tão importante parecia a de alguém indo assistir a um filme no shopping numa quarta-feira (risos) como se não houvesse responsabilidade alguma em relação as investigações.
Z: Qual o papel do público nesse processo de construção e cobrança da imagem de uma personalidade pública?
D.R.: O público se tornou o grande tribunal da internet — um tribunal sem lei. A opinião pública pode tanto elevar quanto destruir qualquer personalidade. O que as pessoas públicas precisam entender é que não se pode subestimar o público e seu nível de conhecimento. Hoje, há pessoas extremamente competentes e inteligentes, que formam opiniões sinceras sobre cada caso. E o tribunal da internet não perdoa.
Z: A imagem tá diretamente ligada com a carreira. Como uma imagem bem ou mal construída pode impactar o futuro?
D.R.: Uma imagem bem construída, voltada para agradar determinado nicho, é sinônimo de sucesso. Por outro lado, uma imagem mal estruturada pode destruir tudo o que foi construído ou, simplesmente, não gerar os resultados esperados. Hoje, os profissionais estrategistas de imagem — como eu — têm a função de elaborar e estruturar imagens tanto de pessoas quanto de campanhas publicitárias, desfiles, etc. A estratégia de imagem usada por consultores e produtores de moda precisa sempre avaliar o discurso por trás de qualquer visual, porque a imagem fala. Como diz o ditado popular “ uma imagem vale mais do que mil palavras”.
TOC, TOC! Tem alguém ai? 👀 🚪

Hello, Ramon! Conta pra gente, quais são as 3 coisas que estão alugando um Fashion Triplex na sua cabeça nos últimos tempos?



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FESTIVAL DE CANNES
E o bafafá na indústria da moda essa semana não foi outro: O Festival de Cannes 2025 trouxe uma nova abordagem ao glamour do tapete vermelho, com a implementação de regras mais conservadoras que proíbem vestidos transparentes e volumosos, visando manter a "decência" e facilitar a logística do evento. Essas escolhas refletem a tensão entre a busca por expressão individual e as tentativas do festival de impor um código de vestimenta mais tradicional, reacendendo debates sobre controle de imagem e igualdade de gênero no mundo da moda

Fonte: Getty
ED WESTWICK X LANCÔME
Mas vocês acham que para por aí? A gente quase caiu da cadeira quando viu o muso Ed Westwick no MAIOR estilo Chuck Bass, convidando a gente por uma “walk down the memory lane”, em um segundo momento da campanha dos Juicy Tubes. MUSOOO
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Até semana que vem! 💚
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